CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Concluímos que desde que todos sejam avaliados, o professor gosta sim de ser avaliado, com um peso e uma medida, o que nem sempre é feito, e que em vez de adotar uma medida punitiva, deve-se fazer um feedback contínuo com os professores a fim de contribuir com eles na medida em que ganham experiência, não exigindo deles além do que podem dar, que é o que geralmente é feito, frustrando esses profissionais tão fundamentais na educação de um país e ao mesmo tempo tão proporcionalmente desvalorizados.
Muitas vezes a visão é unilateral, então, que se abra os caleidoscópios da multilateralidade na construção de uma dialética cada vez mais intensiva para que um dia a educação brasileira ainda seja a melhor, ou pelo menos figurar de fato entre as melhores do mundo. Porque sem uma educação de nível extremamente elevado é muito provável que este país só retroceda; e não é isso o que queremos.
Há vários modos de se avaliar e o mais indicado é que haja sempre mais um do modo de avaliação e que sejam contrapostas para que sejamos menos injustos quando formos avaliar esses profissionais tão vitais para a melhoria da sociedade.
Muitos gestores acabam usando uma visão unilateral e muitas vezes os pares mesmos se boicotam gerando sempre uma corda que quebra do lado mais fraco, que será na maioria das vezes o professor novato, o que tiver mais carga-horário e acontece também em escolas onde apenas um professor é contratado diretamente, aí os temporários fazem bulem com este por inveja. É lastimável, mas professor é um das classes mais desunidas, sendo que por se pressupor uma classe de pessoas esclarecidas devesse gerar pessoas unidas, mas isso não acontece.
Os próprio diretores estão em cargos temporários e têm as suas alianças (panelinhas), portanto, lembramos aqui que por mais que novos caminhos sejam indicados, este é apenas um trabalho acadêmico que não mudará o mundo por si mesmo a menos que seja estudado e posto em prática por gestores realmente responsáveis.
Sabemos que a política partidária atrapalha de diversas formas a educação, seja por um não dar continuidade ao governo do outro a mesmo que tenha sido por este indicado ou apadrinhado de alguma forma e que os apadrinhamentos existem dentro das secretarias a nível municipal, estadual e federal.
Uma das piores formas de prejudicar a educação nacionalmente é um projeto de lei chamado “Escola Sem Partido”, que no fim das contas fará com que se crie uma escola com partido, contanto que seja com algum partido de direita.
Um projeto que pretende criar um regresso tão grande quanto nos tempos da ditadura militar, onde os professores de História eram perseguidos diretamente pelo sistema que inventou disciplinas como a OSPB, da qual muita gente que sofreu lavagem-cerebral sente saudade e reclama que não mais existe na educação.
É lastimável ver tal projeto “Escola Sem Partido” ser votado no congresso que nem ao menos se digna a tirar os objetos religiosos da repartições públicas do Brasil que por ser um Estado Laico faz desse ato um crime federal descumprido em todas as instâncias, inclusive pelo Supremo Tribunal Federal.
Educação não será boa nunca com leis da mordaça como esta “Escola Sem Partido” e talvez este seja o único trabalho acadêmico atualmente que lhe faça oposição atualmente ou talvez o primeiro de muitos pelo menos.
Países de primeiro mundo como a Suíça dão exemplo dando mais liberdade ao professor e a caráteres experimentais com novos caracteres educacionais que fazem os melhores sistemas de ensino atuais do mundo, o que prova que é dando liberdade e não cerceando que se constroem novos e mais firmes caminhos para um eficiente ensino-aprendizagem sociocultural.
Quando a escola melhora por consequência direta a sociedade evolui pelo simples motivo de ser para lá que a escola devolve todos os dias os seus clientes, os seus educandos. O processo de avaliação tem que sofrer também esses caráteres experimentais, assim como a educação também tem que crescer experimentalmente para desconstruir padrões e ir criando novo, até porque cada criança, jovem, adulto, seja homem ou mulher, tem um modo diferente de aprender e jamais um modo único servirá para todos ao mesmo tempo.
Se as ciências precisão de experimentação e é na escola que são dadas noções sobre elas, esta também tem que sofrer experimentações. Não é um único padrão fechado que irá formar o mundo. As formas têm que ser quebradas para se criar formas mais abrangentes.
Todo mundo na educação fala “eu sou formado” ou “eu sou informado”, mas poucos dizem “eu crio”, “eu sou criador”, o caráter construtivo-desconstrutivo tem que andar pela cabeça do educador e acima de tudo do gestor porque não adianta excelente profissionais estarem apostos sempre dispostos a atualizar o sistema se forem ao invés de avaliados boicotados por seus gestores que deveriam orientar, mas que muitas vezes eles mesmos é quem precisam de orientação dos próprios professores a quem deviam conduzir. Isto não está sendo dito da boca para fora, mas por um historiador que já presenciou isso várias vezes em escolas diferentes e que pretende também ser gestor para ajudar escolas a prosperar para fazer de repente, quem sabe, este país tão sofrido voltar a andar pra frente e não para trás, como na conjuntura atual.
A gestão escolar precisa ser levada a sério porque só assim a educação poderá de fato evoluir. Não é com modelos engessados que a educação progride, mas com novos parâmetros criados e contrapostos de forma contínua e analítica. O tecnicismo deverá sempre ter de contrapeso a humanização, mas o que vemos todos os dias é o homem se coisificando cada vez mais, operários estressados, amargurados, sem criatividade, decorando seus textos e conduzindo a vida sem graça e sem amor ao que se faz, robotizados, muitas vezes ser professor ou mesmo gestor não é o que queriam, mas não sabem partir para outra, para um lugar onde seriam melhor sucedidos ou pelo menos seriam felizes. Nunca existe um fator só a avaliar. Não se pode ter portanto um pensamento simplório e querer melhorar a educação ao mesmo tempo. Exige esforço, exige criatividade e comprometimento.
Desejo que este trabalho seja uma gota de chuva que move o oceano educacional criando marés novas para que estejamos em um processo de melhoria sempre vivo. Ainda estamos muito aquém de um bom nível educacional no Brasil. Há muito trabalho a ser feito.
Todavia, sendo a PEC 241 uma vez aprovada, agora com a numeração trocada para PEC 55, todo estudo sobre Melhoria da Educação no Brasil fica automaticamente invalidado, inclusive este. A Escola Sem Partido por sua vez impedirá que trabalhos como este sejam sequer propostos em um futuro bem próximo.
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